A vida é um constante confronto com
novas situações e novos desafios.
Mudanças geram insegurança mas são
necessárias para que haja crescimento e evolução.
A sociedade como um todo se depara dia
a dia com essas alterações sejam elas no campo material, impulsionadas pelos
avanços tecnológicos, como também nas relações interpessoais.
A família como era concebida há
poucas décadas sofreu significativas mudanças. Atualmente apresenta uma grande diversidade
na maneira como pode ser constituída. O que a princípio causou espanto no
século passado, hoje está inserido no contexto da sociedade.
O que há de se ressaltar,
entretanto, é que caminhando ao lado de todas essas mudanças ocasionadas pelos chamados
novos tempos, estamos também presenciando a extinção de certos valores
imprescindíveis ao ser humano.
Cito um único e fundamental exemplo
observado constantemente por todos nós: a morte da EDUCAÇÃO.
É lamentável como ela vem perdendo
seu valor gradativamente.
A educação está deixando de existir
não somente no trato entre pessoas desconhecidas, mas também no seio familiar,
onde parcela significativa dos jovens e crianças tratam seus pais com absoluta
falta de respeito, reproduzindo esse comportamento em todos ambientes que
frequentam. Não é difícil observar-se nas escolas, nos clubes, nos lugares
públicos, grosserias dirigidas a adultos e principalmente a pessoas idosas.
O que mais espanta é a rendição
total dos pais ou responsáveis diante dessas situações.
Um misto de despreparo, sentimento
de culpa, compensações totalmente fora de contexto e até disputas absurdas, norteiam
atitudes desses adultos que acabam desestruturando a convivência e se dão por
vencidos diante dos filhos.
Ainda lembro-me de expressões de
pais, quando eram solicitados a comparecerem na escola devido a comportamentos
muito inadequados dos adolescentes. Creio que colegas continuem a ouvir hoje e cada
vez com mais frequência, a famosa frase desabafo:
- Não posso com a vida do meu
filho! A senhora faça o que puder!
Essa declaração dita diante da
criança ou adolescente significa que realmente os pais “jogaram a toalha”.
Aqui sou obrigada a fazer uma
atualização: a segunda frase era válida há alguns anos e a ouvi várias vezes; atualmente
ela seria algo assim:
- A senhora não se atreva a criticar meu filho!
Não se trata de um retorno à
palmatória, às humilhações, aos castigos corporais impostos às crianças e
jovens. Tais maneiras de controlar certos
comportamentos já revelaram que a opressão, o medo, o receio, não moldam o bom caráter. Ao contrário, muitas vezes por
conta deles, perde-se o respeito de vez.
O que se ouve falar muito mas não é
posto em prática, é o que se observa no cotidiano da família, primeiro grupo
social com o qual a criança tem contato: a falta de conversa, de diálogo entre
pais e filhos. Não aquele “papo” sobre assuntos banais que nada acrescentam a
ambas as partes; mas conversas pessoais onde num clima calmo, sem tempo
cronometrado, com eletrônicos desligados, o filho sinta segurança para se abrir,
se expor, baixar a guarda e contar o que lhe vai na mente e na alma. Uma
conversa de mão dupla, onde pais também exponham seus pensamentos e desejos calcados
nos exemplos aprendidos com a vida. Diálogo
que tenha como pano de fundo sempre presente, o afeto, o bem querer, o amor.
Diferentes personalidades e temperamentos
existem, mas ninguém melhor que a família para encontrar o caminho da
aproximação enquanto há tempo.
Uma vez cultivada no lar a tão
esquecida educação, facilmente se expandirá e se manifestará na sociedade como
um todo.
Apesar de todos os pesares, ainda
aposto nisso.
Santos, 28 de julho de 2012
Lígia! Parabéns! O texto ficou excelente!
ResponderExcluirVou lê-lo para os professores.
Elita
Obrigada Elita.
ResponderExcluirFoi um desabafo.
Fico até lisonjeada sabendo que o texto será usado com seus professores.
Um abração.
Parabéns! Ligia.
ResponderExcluirTexto apropriado para coordenadores e seus pares.
ADOREI E VOU COMPARTILHAR.
Forte braço,
Obrigada pela visita e por suas palavras Roselu.
ResponderExcluirAbraços.
Liginha estive ausente do seu blog, e acabei de ler este texto que como os outros esta excelente.
ResponderExcluirSo que este deve ir para todos os lares e escolas do nosso Brasil. E ser traduzido em outras linguas e divulgado tambem em outros paises. Sensacional, minha amiga, assino embaixo tudo o que voce disse. Um grande beijo.
Puxa, obrigada por suas palavras Malu.
ResponderExcluirRealmente a situação é preocupante.
Aliada à morte da educação e do respeito, estão os filmes/games de violência tão ao gosto das crianças e jovens de hoje, como comentamos recentemente no orkut.
Beijos e obrigada pela visita e comentário.
Texto de uma lucidez fantástica, muito bem escrito por uma professora exemplar que sabe tudo sobre manejo de sala de aula e os problemas enfrentados no ensino-aprendizagem na escola pública.
ResponderExcluirSim, Lígia, a educação começa na família e, se a família falhar, não é na sala de aula que se conseguirá cuidar de uma educação necessária para uma escolaridade satisfatória.
Parabéns pelo texto e pela sensibilidade ao escrever sobre o assunto.