Há três anos me diverti muito
com um caso que não presenciei, mas acompanhei cada etapa através dos sons
emitidos.
Um turista hospedado no
prédio onde moro, estava preocupado com um cheiro que lembrava plástico sendo
queimado.
Desceu as escadas correndo
para já no instante seguinte, virar nos calcanhares e voltar acompanhado por fortes latidos. Se desceu
correndo, seguramente na volta ele voou.
Subiu os degraus rapidamente
enquanto soltava sonoros palavrões tendo os latidos como fundo musical. Chegou ofegante no andar superior.
O susto dele foi tão grande
que até se esqueceu qual havia sido o motivo que o levara ao andar debaixo.
Ri muito na ocasião pois
acompanhei toda história através dos sons: a conversa no corredor, o barulho da
descida da escada, os latidos fortes, a subida com os TÉC TÉC TÉC dos chinelos
batendo rapidamente nos calcanhares, culminando com um rosário de palavrões.
Aprendi até alguns novos.
Contei o fato neste blog: http://lmcerri.blogspot.com.br/2013/01/surpresa-no-andar-de-baixo.html.
Pois bem. Decorridos três anos, fui apresentada a este
mesmo cachorro.
Ao sair do elevador vi sua cabeça me espiando pela porta aberta de
um apartamento. Com certeza minha figura não lhe agradou pois de imediato ele
saiu no corredor e veio latindo e correndo em minha direção.
Na mesma hora tentei voltar
para dentro do elevador, mas as portas se fecharam. Fiquei ali meio acuada
enquanto o quatro patas se aproximava latindo.
Por sorte eu trazia uma
sombrinha nas mãos; estiquei-a para frente e me preparei para o
duelo. Senti-me o próprio Zorro sem capa.
Neste instante os donos do
cão saíram na porta e o chamaram.
Ainda bem que o animal é
obediente pois estancou na mesma hora e voltou.
Para mim é totalmente furada aquela máxima que diz: cão que ladra não morde. Conheço um exemplar que quebra esta afirmação
em grande estilo.
Retomei meu caminho no
corredor e ouvi o necessário pedido de desculpa
seguido da famosa frase: Não precisa ter
medo, ele não faz nada.
Ainda com o coração
disparado retruquei: Como não? E o susto que ele provoca?
Temos que lembrar que sustos assim podem trazer consequências
graves principalmente para digamos, uma candidata à idosa como eu......eita!
Neste instante lembrei-me
das gargalhadas que dei quando ouvi os apuros do turista, neste mesmo andar, três anos antes.
Quase certeza que se trata do mesmo
cachorro.
Ri naquela ocasião e agora
foi a minha vez de ser apresentada a este cão que ladra, ladra muito, mas não
quero comprovar se morde ou não.
Cachorro nervoso e solto no corredor do prédio é mesmo um Ó!!!!
Cachorro nervoso e solto no corredor do prédio é mesmo um Ó!!!!
Saber conviver realmente é
uma arte, uma verdadeira arte!
Santos, 10 de janeiro de 2016