Ontem ele partiu.
Partiu depois de um breve
período de complicações de saúde.
Chegou aos 87 anos!
Não há como lembrar dele
sem recordar muitos sorrisos infantis que ele provocou com suas artes no campo
da marcenaria.
Despertou nas crianças, hoje
jovens e adultos, o prazer de poder brincar com objetos artesanalmente feitos
por suas mãos, com muito capricho e perfeição.
Carros, carrinhos,
caminhões de vários tipos e modelos (às vezes trazendo o nome da criança
pintado nas laterais), ônibus e vários outros objetos que não se encontram para
comprar em lugar algum. Eram exclusivos.
Suas mãos concretizavam
sua criatividade.
Desenhava muito bem e elaborava
sua arte com extremo cuidado e carregada de detalhes que impressionavam.
Não teve o tempo todo uma
vida de calmaria, muito ao contrário, teve momentos difíceis. A despeito disso
sempre seguia em frente, ora construindo um brinquedo, ora inventando alguma
novidade doméstica, ora cuidando de horta e plantas e enquanto pôde, pescando.
Simples e amoroso, era
seu jeito de ser.
Foi se despedindo de
todos aos poucos, cada dia um pouquinho e agindo assim foi preparando a família
para a partida final.
Ontem ele
se foi. Descansou de um grande
sofrimento.
Hoje, 01 de junho, é
aniversário de sua esposa. Ela já não está entre nós há alguns anos, mas lembro-me
bem do carinho com que a tratava.
Andei pensando e concluí
que ele premeditou a data de sua partida.
Com certeza quis
surpreendê-la e fazer-lhe uma festa de aniversário no céu!
Siga em paz tio Sid e
boas festas aí na companhia de tia Daiza.
Um abraço saudoso em ambos!
Santos, 01 de junho de 2020
A Sidnei Zoega,
desejando-lhe muita paz!
* foto: abril/2019.