Recentemente fui convidada a realizar uma atividade
que nunca havia feito e que me envolvia diretamente.
O objetivo era falar algumas palavras a
respeito de uma data comemorativa muito importante de uma unidade escolar onde
estudei e trabalhei, ou seja, a escola "Marcello Schmidt" em Rio
Claro/SP.
A ideia me agradou de imediato pois realmente
tal escola é parte muito importante na história de minha vida pessoal e
profissional.
Pensei rapidamente sobre o que falaria e
iniciei a gravação.
Óbvio que marinheira de primeira viagem já
comecei enroscando e gaguejando. Tudo
bem, erros fazem parte do aprendizado.
Depois de várias tentativas para falar sem
dificuldades e também em um tempo não muito longo para não ficar cansativo, eis
que de repente me vejo a explanar direitinho tudo o que desejava. Já no finalzinho quando mentalmente
comemorava o êxito, aconteceu um imprevisto.
Fui atacada sorrateiramente pela Síndrome do
William Bonner.
Ao encerrar minha explanação falei com toda
ênfase: BOA NOITE A TODOS!
Não sei de onde veio esta bendita Síndrome
mas foi o suficiente para estragar toda gravação. Sei que há meios para se
editar e corrigir estes erros em vídeos mas os desconheço ainda e não quis
incomodar pessoas que pudessem me ensinar.
Finalmente depois de algumas horas consegui
gravar a contento e da maneira que desejava. Creio que está até razoável.
Como o arquivo ficou um pouco grande não
consegui enviar por whatsapp mas felizmente minha sobrinha veio em meu socorro
e usando um editor conservou o vídeo sem cortes mas com tamanho mais reduzido
possibilitando seu encaminhamento para a responsável na escola.
Faço um parênteses aqui para elogiar minha
sobrinha e todos os professores que em 2020 tiveram que, como se diz, "virar
nos trinta" para gravarem suas vídeoaulas sem qualquer orientação maior e sem qualquer
aparelhagem que facilitasse tal serviço. Aprenderam na raça a gravar e editar
vídeos usando recursos próprios. Parabéns a todos.
Trabalho concluído e satisfeita já encaminhei o material para a
escola organizar as comemorações de aniversário.
No dia seguinte à toda esta aventura "gravadorística", quando o Sol ainda
mal surgira no horizonte, um susto grande me fez dar vários tapas no ar
acertando inclusive alguns tabefes no próprio rosto.
Ao olhar para a parede branca vi uma enorme
aranha preta com direito a teia e tudo, vindo bem na direção de meu rosto no
lado esquerdo.
O reflexo imediato foi usar as mãos para
espantá-la mas ela, teimosa que era, continuava a se aproximar. Nestas tentativas de espantar o bicho alguns
tapas acertaram em cheio minha face.
Até que....
Até que percebi que fechando o olho esquerdo
a aranha com sua teia simplesmente desapareciam. Bastava abrir o olho e lá estava ela dançando
e se divertindo às minhas custas.
Já havia ouvido falar de mosquinhas
imaginárias que algumas pessoas enxergam por algum problema de visão, mas aranha
tão grande assim e com direito a teia e tudo nunca ninguém havia comentado.
Pensando nas prováveis causas deste fato lembrei-me
que havia ficado umas 2 a 3 horas usando direto o celular enquanto gravava e
regravava o vídeo. Talvez a exposição excessiva à tela do aparelho tivesse
ocasionado o surgimento da bendita aranha.
Após consulta ao oftalmologista soube que se
trata de fato relativamente comum em pessoas que já tiveram 15 anos há muito
tempo que é o meu caso, e que provavelmente não tem nada a ver com a exposição
ao celular.
Para melhorar mais ainda a situação, a aranha
(com a qual acabei fazendo amizade e me acostumando a ela), já não tem
aparecido com muita frequência.
Entretanto algumas poucas vezes ela ainda aparece
para me desejar bom dia.
Santos, 30 de abril de 2021
Obs:: 1. À Escola "Marcello Schmidt" pelos
110 anos de muito sucesso.
2. Para Carolina com os agradecimentos pelo
socorro prestado!