Ele
continua lá, às vezes azul, outras mais escuro, normalmente calmo e sereno,
outras vezes mais agitado e revolto.
Sob
um céu azul que invade nossos olhos ele vira e revira a areia com suas ondas
brincalhonas.
Todas
as manhãs fico a admirá-lo à distância. Uma grandeza a perder de vista. Ele me
encanta, sempre me encantou.
A
paz que o mar me traz é indescritível!
Pisar
na areia sentindo seu vaivém molhando os
pés me transporta a um mundo distante onde naquele momento só eu existo. Puro devaneio.
O único som é seu murmurar constante.
A
imaginação voa para longe, para outras terras que nunca conheci e provavelmente
jamais conhecerei. Terras fantásticas, coloridas, alegres, onde a harmonia e amor
reinam absolutos.
Quantos
mistérios o mar esconde! Quantos dramas, quantas alegrias, quantos encontros e
desencontros, quantas aventuras e desventuras ele testemunhou ao longo destes
milhões de anos.
Lembro
de uma novela antiga de meu tempo de adolescência cujo enredo já não tenho mais
na memória - "Se o Mar
Contasse". Curiosa que sou com
certeza farei depois uma busca no Google.
Este
verão com dias tão brilhantes e ensolarados está diferente de todos os outros
que já vivi por aqui. Pisar na areia, curtir a beleza do dia sentindo as águas
sob os pés, sentar e observar a imensidão deste mar, são desejos suspensos no
momento. Até que é possível curtir estas sensações adotando certos cuidados,
mas o receio diante desta pandemia tira todo o brilho e espontaneidade destes
momentos.
Independente
de como seguem nossas vidas ele sempre estará lá a nos encantar dia após dia numa
mistura de cores: azul - unindo-se ao céu no horizonte, róseo - na alvorada, e
alaranjado a dourado no poente, refletindo em suas águas a aquarela do céu. Como
bem disse Manoel de Barros: "Um fim de mar colore os horizontes".
Neste
verão tão diferente e com tantas restrições o consolo é olhar o mar e sonhar
com dias melhores, sonhar um sonho azul, "azul da cor do mar"!*
* Azul da cor do mar - Tim Maia