Outro 15 de outubro assinalado no
calendário.
Já comemorei esta data incontáveis
vezes.
Lembro-me das festinhas feitas na
escola “Marcello Schmidt” quando ainda iniciava a vida estudantil. As comemorações eram feitas no pátio onde
todas as classes ficavam reunidas.
Era uma alegria só!
Em uma ocasião, não recordo o
motivo, a criançada foi dividida em grupos menores que posteriormente foram
encaminhados para as salas onde sempre funcionavam as 4ªs séries do antigo
curso primário.
Esse dia ficou marcado para mim por
dois motivos principais. Como estávamos ainda na 2ª série, eu e demais colegas
de turma, nos sentimos muito importantes entrando no espaço que era destinado
aos alunos mais velhos. Tínhamos muita curiosidade em conhecer aquelas classes. Outro fato marcante foi observar que a separação entre as duas salas, era feita
por uma grande divisória de madeira que para nosso espanto e alegria, foi
aberta na nossa frente. Os dois
ambientes foram reduzidos a um único e imenso espaço onde a festa para os professores
aconteceu.
Vi esta divisória ser aberta outra
vez, somente muitos anos mais tarde quando já dirigia a escola. Numa noite
chuvosa e com muito vento, foi necessário abri-la para acomodar melhor os muitos
participantes de uma reunião.
Ao longo dos anos escolares, as
homenagens aos mestres continuaram sempre com muitas festas. As crianças,
adolescentes ou jovens, faziam questão de cumprimentar seus professores.
Claro que sempre houve e sempre haverá
aqueles mais queridos, com mais empatia e mais próximos do alunado. Independente disso, todos os mestres tinham o
reconhecimento e recebiam homenagens.
Já formada e exercendo a profissão,
tive a alegria e prazer juntamente com os colegas, de receber muitos
cumprimentos por ocasião desta data tão importante para nós.
Ainda tenho guardados muitos cartões,
desenhos e bilhetes recebidos de alunos e ex-alunos. Creio que muitos professores também devem ter
este tipo de acervo conservado com muito carinho.
Entretanto ao longo da carreira, começamos
a sentir uma desvalorização de nosso trabalho através de governos (ou seriam
desgovernos?), que pouco a pouco deixaram a educação em segundo plano. O professor
depreciado cada vez mais através dos baixos salários viu-se obrigado a correr
de uma escola a outra e trabalhar em três turnos diários, para ter ao menos, um
salário para necessidades básicas.
Nessa curva absurdamente descendente
do magistério, houve até autoridade política dizendo em alto e bom som, que professora não era mal paga, mas sim, mal casada. Creio que meus contemporâneos lembrem-se desta famosa frase.
Em função disso tudo, começamos a
observar de alguns anos para cá um fato que era absolutamente esperado. Os profissionais
estão abandonando o magistério e partindo para áreas onde sua competência é reconhecida
e valorizada. Em certas regiões o
diretor de escola tem até dificuldade em encontrar profissionais habilitados, licenciados,
que realmente exerçam o magistério com competência.
Boa parte dos professores que
continuam em sala de aula, enfrentam problemas vários que começam com o baixo
salário, passam pela ausência de respeito e de educação para consigo, e chegam
aos extremos da insegurança pessoal.
Se a despeito disso tudo ainda continuam
firmes em seu mister, é porque são movidos pelo idealismo do verdadeiro
educador.
Quem sabe num futuro próximo, nossas
autoridades educacionais reconheçam a importância e o valor desta profissão e a
eleve novamente ao patamar de onde jamais poderia ter caído!
Só espero que não seja tarde
demais!
É a esses profissionais idealistas
que deixo aqui minha homenagem e o meu respeito.
FELIZ DIA DO PROFESSOR!