domingo, 1 de março de 2015

TUDO ACONTECE COM ELE




Se algumas pessoas têm a capacidade nata de se envolver em trapalhadas, ele com certeza é uma delas.  A expressão "Tudo acontece com ele" -  é perfeitamente adequada neste caso.
Alegre e descontraído, sempre se diverte com seus próprios micos.
Desde pequeno se contam histórias engraçadas nas quais foi o protagonista.
Quando um grupo de amigos se reúne e ele está presente, sempre há novos casos a serem contados e aí as gargalhadas são garantidas.
Lembro de um caso antigo ocorrido no trânsito na região central da cidade.
Com o semáforo fechado, ele aguardava o momento de colocar a velha Kombi do amigo, em movimento novamente.  Assim que a luz verde acendeu, num gesto um tanto afoito, em vez de engatar a primeira marcha para sair, ele simplesmente conseguiu arrancar o câmbio de seu encaixe.
Nervoso, tentou sem sucesso, encaixar a barra do câmbio em seu devido lugar, socando repetidamente a barra de ferro no buraco que ficara.
 Como o veículo bloqueava a passagem, uma grande fila de carros formou-se atrás da Kombi.
Teve então início um imenso e ensurdecedor buzinaço.
Muito irritado com toda aquela barulheira, ele não teve dúvidas:  pôs o braço esquerdo totalmente para fora da janela e começou a brandir vigorosamente no ar, o que havia restado do câmbio.
Foi quando os demais motoristas entenderam o problema e improvisaram um desvio para liberar o trânsito.
Mais recentemente, sua distração provocou mais risos.
Resolveu almoçar em um restaurante que oferecia almoço por quilo.
Foi se deslocando pelos balcões de frios e quentes, recolhendo os alimentos que desejava.
Na sequência, com a bandeja nas mãos,  dirigiu-se em direção à balança para pesar o prato.
Eis que, para sua surpresa,  ao chegar a sua vez, o rapaz responsável avisou que não poderia pesar os alimentos naquelas condições.
Diante de sua expressão espantada e sem entender o motivo, o rapaz o alertou:
- O Sr. não pegou o prato. Colocou toda a comida diretamente na bandeja.
Constatou então atônito, que havia esquecido de colocar um prato sobre a bandeja, para somente depois pegar os alimentos.
Resignado foi buscar o prato, salvou uma pequena parte da comida que estava por cima e entrou novamente na fila da pesagem.
Em outra ocasião, como fã incondicional de esporte, fazia de modo inflamado a locução de um acirrado jogo de basquete para uma radio da cidade.
Eis que nos segundos finais da partida, quando um último lance de bola na cesta definiria o campeão do torneio, sua empolgação foi tão grande que ele acabou por quebrar a cadeira onde se sentava.   Despencou com tudo no chão, sem ter tempo de ver se a bola havia entrado ou não na cesta.
Silêncio total e repentino na transmissão do jogo.
Quem acompanhava a partida pelo radio ficou sem entender nada, pois o aparelho emudeceu.  Os ouvintes ficaram a "ver, ou melhor, a ouvir navios" perdendo os instantes finais de uma vibrante partida. 
                 Com certeza muitos destes torcedores, neste momento, angustiados para saberem o resultado, socaram seus aparelhos imaginando ser problema de seu próprio radio. Depois de ouvir o jogo todo, acabaram sem saber quem foi o vencedor.
Em outro jogo, também de basquete, agora atuando apenas como torcedor, e bem fanático, acabou novamente perdendo  os segundos finais da partida.
No auge da empolgação, pulando e gritando muito, seu pivô dentário e frontal, não resistiu a tanta euforia e voou pelos ares.   
               Seu grito de guerra foi interrompido no meio, enquanto ele estarrecido via a pequena peça dar cambalhotas no ar e se precipitar três degraus abaixo na arquibancada, entre os pés do povo que sapateava comemorando a bela partida.
Desesperado e pedindo para que não pisassem em seu dente, acabou sem saber na hora, quem venceu a partida. Teve que perguntar o resultado aos amigos. Mesmo assim ficou satisfeito, pois recuperou seu pivô.
São alguns dos vários episódios protagonizados por alguém alegre, descontraído e desencanado,  que diverte os amigos e também muito se diverte, relembrando as trapalhadas nas quais se envolve com frequência, eu diria até, que com bastante frequência!

Santos, 01 de março de 2015

Ao Rubens, recordando somente uma pequena parte dos causos que tanto nos fez rir na praia.

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