Pesquisando em sites de
livrarias deparei-me com o título “Odeio Reuniões”.
De imediato ouvi-me
dizendo – eu também!
Na vida profissional
participei de muitas delas. Posso afirmar com certeza que somente em torno de
25% foram bem proveitosas e úteis. Uma boa parcela foi pura perda de
tempo, ou como se costuma dizer, foi como “chover no molhado”.
Recordo-me que sempre
havia alguém que se destacava por fazer apartes totalmente desnecessários e
fora de contexto. A pessoa falava, falava, interrompia a sequência da
reunião, fugia da pauta e nada se aproveitava.
Quando ocorriam tais
situações, um pequeno grupo de colegas que geralmente sentava-se no fundão da
sala, brincava entre si identificando tal pessoa com o apelido de ignorante
desinibido. Isto porque ela não se dava conta dos despropósitos que
falava e ainda ficava “se achando”,
como diz a moçada de hoje.
Foi justamente um
destes ignorantes desinibidos o causador de um constrangimento que
este grupo do fundão, passou durante uma reunião de diretores.
A pauta desenvolvida
tratava sobre a necessidade de melhoria na merenda escolar.
Várias sugestões foram
dadas até que alguém resolveu fazer um verdadeiro discurso sobre os benefícios
da carne de peixe, propondo que ela constasse do cardápio diário das escolas.
Para viabilizar isso, sugeriu que fossem criados peixes num famoso lago da
cidade, sabidamente muito poluído por esgotos clandestinos.
Enquanto
o desinibido defendia sua proposta com toda ênfase, um diretor que
fazia parte do grupo do fundão da sala resolveu apoiar essa ideia.
Falando em tom baixo para que somente quem estivesse bem próximo o ouvisse,
comentou que já havia muitos peixes vivendo no tal lago.
Diante da surpresa dos
colegas, forneceu-lhes mais detalhes.
Aproximou as mãos
abertas uma da outra e deixando entre ambas um espaço de uns 15 cm, explicou
que esse era o tamanho médio dos peixes e que os mesmos tinham escamas na cor
marrom.
Quando lhe perguntaram
qual era o nome do peixe, ele esclareceu que se tratava de uma espécie de
origem japonesa cujo nome era Torossô.
A gargalhada foi
inevitável e a reunião imediatamente interrompida.
Todos os olhares foram
dirigidos ao fundão da sala.
O dirigente que
presidia a reunião quis saber o motivo de tanta alegria, mas obviamente não
obteve resposta. Ninguém quis se atrever
a falar o nome do peixe que já povoava o lago.
Sobrou-lhes então uma
chamada de atenção que só não foi mais severa porque tal dirigente sabia que
esse grupo era formado por pessoas que apesar de brincalhonas, eram realmente comprometidas
com a profissão e muito competentes.
Depois dessa
interrupção, o assunto da pescaria no lago foi abortado por motivos óbvios e os
tais peixes japoneses ficaram a salvo dos perigosos anzóis.
Creio que até hoje
vivam felizes nadando naquele lugar que ironicamente se chama Lago Azul.
Santos, 16 de junho de
2013
Uma homenagem aos diretores do fundão que alegravam nossas reuniões e em especial ao Kasuo.
Vou comentar vom Kazuo qdo o encontrar no supermercado eu tbrm participei da turma do fundos mas foi bem depois de vc beijs
ResponderExcluirVou comentar vom Kazuo qdo o encontrar no supermercado eu tbrm participei da turma do fundos mas foi bem depois de vc beijs
ResponderExcluirPois é Arlete.
ResponderExcluirEssa turma do fundão fazia piada de tudo, mas trabalhava muito bem!!!
Não esqueço da gargalhada do João Negrão. Gente boa, época muito feliz!
Obrigada pelo comentário e um abração moça!
Gostei muito do texto. Como sempre você é brilhante! Fiz o magistério com o João Negrão, é o mesmo do "Ribeiro"? Ligia, não esqueço a nossa infância em Rio Claro. Você sempre a melhor amiga, meio irmã. A primeira amiga! Beijos.
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