sexta-feira, 14 de junho de 2013

EM CLARO, NO ESCURO




2:10
Esses são os números que vejo no relógio digital ao lado da cama.
Não é comum, mas vez ou outra, a insônia resolve me fazer companhia madrugada afora.  Hoje ela está aqui, firme e forte.  Tudo indica que passarei boa parte da noite, em claro.
Na verdade de uns tempos para cá, mesmo enquanto durmo, meu quarto passa as noites praticamente às claras.  São tantas as luzinhas acesas em aparelhos como modem, roteador e TV, que a escuridão deixou de ser absoluta.
A insônia surge quando a rotina do dia é quebrada por alguma emoção especial ou existe uma ansiedade por algo que está por vir.
O barulho incessante de carros na avenida me deixa intrigada.  Para onde é que toda essa gente tem que ir às 2 horas da madrugada e no meio da semana!!??
Geralmente desisto de medir forças com a insônia e pego um livro na cabeceira da cama.  Hoje, entretanto, a concentração está difícil e desisto de ler.
Lembro-me que certa manhã logo ao levantar, comentei com minha mãe que meus olhos pareciam secos durante a noite e que com isso não havia conseguido dormir direito.   Ela bem objetiva como sempre, soltou a resposta imediata:
-Levantasse e molhasse os olhos!  Simples assim! Fácil, não é?
Para ela sono não era problema. Na verdade tinha sono até demais.
Costumava lançar mão de estratégias para dormir um pouco após o almoço e para isso, convidava o neto ainda pequeno, para “descansar o corpinho”, que era como ela costumava falar. 
Na verdade ele queria mais era brincar e mesmo já deitado com a avó, seus olhos ficavam espiando e procurando motivos para pular da cama.
Certa vez ela consumida pelo cansaço e vendo que o garoto não fechava os olhos, resolveu dar rápidos e pequenos sopros em seu rosto.
Para evitar o ventinho que o incomodava, o menino abaixava as pálpebras para logo em seguida, levantá-las novamente.  Em pouco tempo, acabou desistindo de manter os olhos abertos e realmente dormiu.   Ela havia descoberto uma nova estratégia para fazê-lo dormir e também poder cochilar um pouco à tarde.
4:00 cravados no relógio ao lado de minha cama.
Pelo jeito minha insônia se prolongará até o dia amanhecer.
Ah, como seria bom, muito bom mesmo, se eu pudesse contar agora, com a ajuda de uns soprinhos maternos que me fizessem dormir e descansar o corpinho!!!

Santos 14 de junho de 2013

2 comentários:

  1. AMIGA, CADA CONTO QUE LEIO , TE ADMITO MAIS .
    PARABENS VILDE

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  2. Puxa! Obrigada pela visita ao blog e pelo comentário Vilde. Fico feliz sabendo que meus "causos" lhe divertem. Essa é minha intenção mesmo!
    Beijão!

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