Não
tinha por hábito frequentar com assiduidade consultórios médicos, mesmo porque
não sentia necessidade alguma.
Com
os passar das décadas e o desgaste natural das peças internas, viu-se obrigada
a adotar tal hábito a fim de preservar a saúde e qualidade de vida.
Recentemente
devido a problemas na visão procurou um
oftalmologista. Recebeu o
diagnóstico da necessidade de uma cirurgia que nos dias atuais é até
relativamente simples desde que se respeitem os cuidados pós-operatórios
exigidos.
Sem
outra opção ela partiu para os preparativos essenciais para tal evento.
Na
data marcada a cirurgia foi efetuada com pleno sucesso. Voltou para casa com todas
as orientações sobre os cuidados a serem tomados no período de recuperação.
Disciplinada que sempre foi, seguiu à risca tais orientações até que ...
Até
que se deparou com uma necessidade: lavar os cabelos sem que a água e muito menos
shampoo chegassem até o olho operado.
Poderia
ir a um salão de beleza ou pedir ajuda a outra pessoa, mas optou por ajeitar-se
sozinha.
Pensando
nas estratégias a serem adotadas para preservar o olho, rapidamente lembrou-se
de uma viseira pink que ganhou há tempos sem nunca usá-la já que tem uma cor
chamativa demais.
Buscando
ainda uma maneira de tornar mais confortável sua posição durante o processo, colocou um banquinho de plástico
dentro do box. Desta forma ficaria sentada e poderia
inclinar a cabeça mais para trás de maneira a tornar a lavagem mais segura e obviamente usando o chuveirinho.
Esquema
todo pronto e eis que ela olha para o tal banco e uma séria preocupação
surge.
Ele
era de plástico e dobrável fechando-se justamente por um encaixe bem no centro
do assento. Cismou que sentar-se sobre
ele poderia ser um risco caso esta parte articulada bem no centro resolvesse
abrir mais ou fechar-se e isso com certeza lhe provocaria um grande
desconforto.
Com
tal pensamento resolveu dispensar o tal banquinho perigoso e usando apenas a
viseira iniciou a tarefa necessária.
Para
sua alegria deu tudo certo e o acessório preso em sua cabeça realmente impediu
que a água chegasse aos seus olhos.
Satisfeita
e feliz com o resultado de sua estratégia tomou tranquilamente seu banho e
lavou os cabelos usando a chamativa viseira pink na qual se lia ironicamente em grandes
letras a palavra Motorzão.
Quem dera!!!
Santos,
07 de junho de 2021.
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