Estamos
praticamente há 7 meses evitando o convívio social com familiares, com amigos e
com o mundo de um modo geral. Este
distanciamento físico que a princípio pensávamos ser breve, prolonga-se muito e hoje entramos no mês de outubro sem
grandes perspectivas de liberação maior.
Quem
pertence aos grupos de risco têm maior cuidado nesta exposição pois o vírus que
ainda circula livre por aí, mostra-se nos organismos humanos com uma
agressividade diferenciada e ainda não plenamente compreendida por especialistas,
visto que em algumas pessoas a situação se complica em poucos dias e leva a
óbito e em outras, às vezes até com mais idade, a virulência não se mostra tão
forte.
Como
enfrentar um inimigo invisível e perigoso a não ser nos abstendo de circular
por lugares muito movimentados e fechados?
Esta
situação de isolamento e reclusão em nossas próprias casas deu-nos momentos
para muitas reflexões. Depois das rotinas domésticas, de home office, de aulas
online, de gravações de vídeos e outras
atividades rotineiras, o tempo livre nos permite soltar o pensamento e
analisarmos como tem sido nosso dia a dia mesmo antes de tal pandemia.
É
justamente nestes momentos reflexivos que as diferentes expressões artísticas
vêm nos alegrar, distrair, ensinar e mostrar quão criativo é o ser humano.
Nunca
a arte foi tão útil e necessária na vida de todos nós como neste complicado ano
de 2020!
Creio
que todos conheçam uma ou outra pessoa avessa às obras artísticas seja no campo
da pintura, poesia, escultura, literatura, música, dança e artesanato de um
modo geral.
Não
me cabe analisar estas posições visto que não sou especialista em psique, mas
atrevo-me a pensar que tais posicionamentos são adotados mais para mostrar uma falsa
postura de segurança ou até de autocontrole de sentimentos que equivocadamente
colocariam tais pessoas num patamar superior aos demais reles mortais.
Considerando isto só posso lamentar a opção
de tais seres pois com certeza seus mundos são desprovidos de qualquer toque de
beleza interna que alegre a alma.
A
saúde mental tão prejudicada pelo confinamento é agraciada por estes momentos nos quais paramos para apreciar ou
até mesmo interagir com atividades artísticas.
Este
período de isolamento forçado acabou provocando descobertas de fatos que somos
capazes de executar e apreciar e que nós mesmos não sabíamos até então.
Visitas
on-line a museus, transmissões ao vivo via internet bem estruturadas e sobre
todos os assuntos, aulas virtuais de pintura, de trabalhos manuais entre outras
opções, aumentaram significativamente seu público.
Dentre
estas escolhas acima, a que mais tem chamado minha atenção é a apresentação de
corais on-line.
Tive
oportunidade de assistir a várias delas e encantei-me com a criatividade, com o
trabalho de montagem, com a organização, com o roteiro e com o preparo de todo
o pessoal envolvido, que na segurança de suas casas cantam e nos tocam o
coração com suas performances.
Fico
imaginando quanto tempo foi dedicado a esta atividade toda para obterem
resultados tão perfeitos!
Mais
do que nunca a arte tem sensibilizado nossa alma, tem ajudado a nos libertar de
nós mesmos e a exprimir sentimentos que não conseguimos verbalizar. A arte
perpetua seu autor.
Paralelamente
a todo desconforto e insegurança que tal vírus nos trouxe este ano, estamos
aprendendo e reconhecendo a vital importância das manifestações artísticas.
"É na arte que o
homem se ultrapassa definitivamente"- Simone de Beauvoir
Santos, 01 de outubro de 2020.
Bravo, Liginha! Como vc escreve bem! Adorei o texto!
ResponderExcluirParabéns!
Obrigada. Pena que saiu anônimo!!
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