quinta-feira, 1 de outubro de 2020

A ARTE DE VIVER EM TEMPOS DE CORONAVÍRUS


 

Estamos praticamente há 7 meses evitando o convívio social com familiares, com amigos e com o mundo de um modo geral.  Este distanciamento físico que a princípio pensávamos ser breve, prolonga-se  muito e hoje entramos no mês de outubro sem grandes perspectivas de liberação maior.

Quem pertence aos grupos de risco têm maior cuidado nesta exposição pois o vírus que ainda circula livre por aí, mostra-se nos organismos humanos com uma agressividade diferenciada e ainda não plenamente compreendida por especialistas, visto que em algumas pessoas a situação se complica em poucos dias e leva a óbito e em outras, às vezes até com mais idade, a virulência não se mostra tão forte.

Como enfrentar um inimigo invisível e perigoso a não ser nos abstendo de circular por lugares muito movimentados e fechados?

Esta situação de isolamento e reclusão em nossas próprias casas deu-nos momentos para muitas reflexões. Depois das rotinas domésticas, de home office, de aulas online,  de gravações de vídeos e outras atividades rotineiras, o tempo livre nos permite soltar o pensamento e analisarmos como tem sido nosso dia a dia mesmo antes de tal pandemia.

É justamente nestes momentos reflexivos que as diferentes expressões artísticas vêm nos alegrar, distrair, ensinar e mostrar quão criativo é o ser humano.

Nunca a arte foi tão útil e necessária na vida de todos nós como neste complicado ano de 2020!

Creio que todos conheçam uma ou outra pessoa avessa às obras artísticas seja no campo da pintura, poesia, escultura, literatura, música, dança e artesanato de um modo geral.

Não me cabe analisar estas posições visto que não sou especialista em psique, mas atrevo-me a pensar que tais posicionamentos são adotados mais para mostrar uma falsa postura de segurança ou até de autocontrole de sentimentos que equivocadamente colocariam tais pessoas num patamar superior aos demais reles mortais.

  Considerando isto só posso lamentar a opção de tais seres pois com certeza seus mundos são desprovidos de qualquer toque de beleza interna que alegre a alma.

A saúde mental tão prejudicada pelo confinamento é agraciada por estes  momentos nos quais paramos para apreciar ou até mesmo interagir com atividades artísticas. 

Este período de isolamento forçado acabou provocando descobertas de fatos que somos capazes de executar e apreciar e que nós mesmos não sabíamos até então.

Visitas on-line a museus, transmissões ao vivo via internet bem estruturadas e sobre todos os assuntos, aulas virtuais de pintura, de trabalhos manuais entre outras opções, aumentaram significativamente seu público.

Dentre estas escolhas acima, a que mais tem chamado minha atenção é a apresentação de corais on-line.

Tive oportunidade de assistir a várias delas e encantei-me com a criatividade, com o trabalho de montagem, com a organização, com o roteiro e com o preparo de todo o pessoal envolvido, que na segurança de suas casas cantam e nos tocam o coração com suas performances. 

Fico imaginando quanto tempo foi dedicado a esta atividade toda para obterem resultados tão perfeitos!

Mais do que nunca a arte tem sensibilizado nossa alma, tem ajudado a nos libertar de nós mesmos e a exprimir sentimentos que não conseguimos verbalizar. A arte perpetua seu autor.

Paralelamente a todo desconforto e insegurança que tal vírus nos trouxe este ano, estamos aprendendo e reconhecendo a vital importância das manifestações artísticas.

     "É na arte que o homem se ultrapassa definitivamente"- Simone de Beauvoir


Santos, 01 de outubro de 2020.


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