segunda-feira, 6 de outubro de 2014

ELA ... A SAUDADE!


Há dias em que o coração amanhece chorando.
De imediato não atinamos com a causa do aperto no peito, da respiração curta e da imensa vontade de chorar.
Recapitulamos os momentos vividos recentemente à procura de um motivo que justifique aquela súbita tristeza que se instalou na alma. 
Nada encontramos.
As horas passam e a rotina acompanha os ponteiros do relógio, mas aquela sensação nos segue a todo instante.
É ela, a saudade que passeou por nossos sonhos e resolveu ficar para nos fazer companhia. Uma saudade de algo que não sabemos exatamente o que seja e que se manifesta agora na forma de tristeza. Creio que todos já sentiram isso.
Sentimentos que até então estavam contidos na alma, transbordam pelos olhos.
Uma palavra, um objeto ou até mesmo um cheiro que nossos sentidos inconscientemente captam, afloram estas sensações e nos fazem reviver fatos que o coração guardou.
Locais, momentos, pessoas desfilam em nossa mente.
Um pranto silencioso é inevitável. Deixamo-nos dominar pelo dolorido sentimento de perda que a saudade traz. Tornamo-nos sua refém.
Saudade é sempre associada à ausência que Drummond tão bem definiu neste belo poema:
Ausência:
Por muito tempo achei que ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba de mim.

                Passados alguns instantes, uma sensação de paz nos invade, suavizando o espírito. Olhos ainda molhados recebem a companhia de um sorriso despertado agora, pelas lembranças de bons momentos vividos.
                A saudade é assim. Fica latente num cantinho especial do coração e vez ou outra se manifesta de maneira intensa, passeando por nossa alma e nos presenteando com lágrimas entremeadas de sorrisos, sorrisos tristes é bem verdade, mas mesmo assim... sorrisos!

Como alguém sabiamente já disse: “Saudade é o amor que fica”.

Santos, 04 de outubro de 2014. 

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