A vida ensina.
Creio que todos já ouviram esta
frase muitas vezes.
A vida nos ensina sim e esse
aprendizado acontece dia após dia, indefinidamente, até nossa morte.
Quando estamos confiantes, seguros
em determinadas situações e algo inesperado acontece e nos surpreende, todo
aquele conhecimento e segurança acabam abalados, gerando comportamentos que
jamais imaginávamos presenciar em alguém.
Estes desenganos ocorrem em todos
os campos, mas em termos de amizade com certeza a frequência é maior.
Analisando melhor isto chega a ser
positivo, pois se tudo caminhar sempre nos conformes como se costuma dizer,
nossa tendência é a acomodação e como consequência direta, o estabelecimento de
uma zona de conforto que atrai e cativa, mas sem sombra de dúvida, também limita
e acarreta estagnação dos sentidos, dos anseios, dos objetivos, da vida enfim. Cria-se
uma situação de certezas sem surpresas, apagando o brilho dos sonhos.
Por outro lado, e é neste ponto
que me apego no momento, quando esta quebra da estabilidade é gerada por uma
decepção que nos machuca a alma, acaba reforçando uma postura que também nos é
prejudicial. Numa tentativa de autoproteção contra novos desenganos, levantamos
consciente ou inconscientemente, um escudo invisível à nossa frente.
Isso acaba reforçando a máxima de
que devemos sempre confiar desconfiando.
Se assim pensarmos, nunca haverá
sinceridade total e plena entre as pessoas, tenham elas um grau maior ou menor
de amizade. É penoso e frustrante demais
pensar assim.
A essência da amizade não permite
dúvidas. Se elas existem, não há amizade no sentido real do termo.
Como deixar fluir e repartir a
emoção, os sentimentos, os pensamentos muito nossos, se não houver confiança
entre as pessoas? A meu ver, é uma tarefa
impossível.
Amizade é, e deve ser sempre,
baseada na confiança, na reciprocidade e na compreensão, independente do que se
faça ou diga.
A despeito dos desenganos que
todos temos ao longo da vida, a confiança no outro não deve ser suplantada e
sufocada pela incredulidade gratuita. Ela move os sonhos que nos permitem viver
e por isso vale a pena.
Lembrei-me neste momento de Fernando
Pessoa:
“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.
Ligia querida, que lindo, voce consegue falar de sentimentos com objetividade e clareza, mas sem perder a subjetividade necessária. É sempre muito gostoso ler oque voce escreve. Aprendo com cada virgula. Mil beijos pra voce com muito carinho
ResponderExcluirPuxa, fiquei muito feliz lendo seu comentário Diva, ainda mais vindo de você que escreve seus textos com muito sentimento. Às vezes a vida nos dá umas rasteiras, mexe com a emoção e aí....novo texto no blog...rs. Obrigada pela visita e por suas palavras. Um beijo.
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