terça-feira, 6 de julho de 2021

Aconchego













"Estou de volta pro meu aconchego, trazendo na mala bastante saudade" *

Quem já não cantarolou mesmo que apenas mentalmente uma parte desta música?

Particularmente fiz e faço isso com frequência ao retornar para casa depois de uma viagem, por melhor que tenha sido.

Espaçosa ou pequena, simples ou luxuosa, a casa em que moramos tem uma energia especial com a qual nos identificamos.  Não é simplesmente uma casa ou um prédio, mas sim o lar que nos acolhe.

Morei muitos anos em um mesmo local mas com o passar do tempo e novas necessidades surgindo optei por mudanças, morando posteriormente em dois apartamentos para finalmente me instalar neste atual.

Em cada residência lembro perfeitamente dos locais em que gostava de ficar sentada apenas curtindo e observando o espaço à minha volta.  Eram momentos de deleite e extremo bem estar que me davam uma sensação plena de felicidade.

No sobrado em Rio Claro meu cantinho preferido eram os primeiros degraus da escada onde sentava e ficava observando a sala e a área de ventilação com seus vários vasos cheios de folhagens e flores.

Já no apartamento ainda na cidade, meu local preferido era uma poltrona na sala de estar cuja posição permitia ver também toda a sacada com suas folhagens e parte do azul do céu tão decantado pelos rio-clarenses.

Em Santos e já em apartamentos menores o jeito foi adequar cantinhos para chamá-los de meus.

Apesar de bem pequeno fui muito feliz nos 10 anos que morei no apartamento anterior a este. Transformei cada parte da sala em local que me dava prazer enorme de ficar apenas olhando e curtindo objetos, telas, flores e o céu que me espiava através da enorme janela.

Aqui não é diferente.

Com espaço um pouco maior montei o cantinho da saudade onde ficam objetos que contam histórias ocorridas na família há quase um século como o jarro inglês, muitas fotos e peças que marcaram minha vida. Cada uma me conta um conto.

No restante da sala de estar estão os demais móveis com pequenos objetos de decoração e algumas telas feitas com carinho e cores fortes que levantam o astral.

O prazer que sinto ao olhar para qualquer um destes cantinhos é imenso e constante. É como se me abraçassem oferecendo um aconchego de colo de mãe. Transmitem muita paz e alegria ao mesmo tempo.

Consegui até organizar um pequeno galinheiro na bancada da cozinha e a cada viagem, mais uma galinha vem para enriquecer a turminha que ficou internacional.

Na sacada estão vasos de vários tamanhos. Adoro o verde das folhagens enfeitando os espaços e mesmo agora no inverno há flores e muitos botões abrindo. É sinônimo de vida!

Quem de nós não gosta de um aconchego? É bom demais tê-lo no olhar, no tocar e principalmente no SENTIR.

É o que realmente representa a palavra lar, onde o coração bate mais forte!

 

Santos, 06 de julho de 2021.

 

Para Eunice Nedog Leme, pela sugestão do tema e pela bela atitude de partir em busca do aconchego familiar. Isso sim faz a vida valer a pena!

 

Música: De volta pro meu aconchego

Autores: Dominguinhos e Nando Cordel.






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