"Estou
de volta pro meu aconchego, trazendo na mala bastante saudade" *
Quem
já não cantarolou mesmo que apenas mentalmente uma parte desta música?
Particularmente
fiz e faço isso com frequência ao retornar para casa depois de uma viagem, por
melhor que tenha sido.
Espaçosa
ou pequena, simples ou luxuosa, a casa em que moramos tem uma energia especial
com a qual nos identificamos. Não é
simplesmente uma casa ou um prédio, mas sim o lar que nos acolhe.
Morei
muitos anos em um mesmo local mas com o passar do tempo e novas necessidades
surgindo optei por mudanças, morando posteriormente em dois apartamentos para
finalmente me instalar neste atual.
Em
cada residência lembro perfeitamente dos locais em que gostava de ficar sentada
apenas curtindo e observando o espaço à minha volta. Eram momentos de deleite e extremo bem estar
que me davam uma sensação plena de felicidade.
No
sobrado em Rio Claro meu cantinho preferido eram os primeiros degraus da escada
onde sentava e ficava observando a sala e a área de ventilação com seus vários
vasos cheios de folhagens e flores.
Já
no apartamento ainda na cidade, meu local preferido era uma poltrona na sala de
estar cuja posição permitia ver também toda a sacada com suas folhagens e parte
do azul do céu tão decantado pelos rio-clarenses.
Em
Santos e já em apartamentos menores o jeito foi adequar cantinhos para
chamá-los de meus.
Apesar
de bem pequeno fui muito feliz nos 10 anos que morei no apartamento anterior a
este. Transformei cada parte da sala em local que me dava prazer enorme de
ficar apenas olhando e curtindo objetos, telas, flores e o céu que me espiava
através da enorme janela.
Aqui
não é diferente.
Com
espaço um pouco maior montei o cantinho da saudade onde ficam objetos que
contam histórias ocorridas na família há quase um século como o jarro inglês,
muitas fotos e peças que marcaram minha vida. Cada uma me conta um conto.
No
restante da sala de estar estão os demais móveis com pequenos objetos de
decoração e algumas telas feitas com carinho e cores fortes que levantam o
astral.
O
prazer que sinto ao olhar para qualquer um destes cantinhos é imenso e
constante. É como se me abraçassem oferecendo um aconchego de colo de mãe.
Transmitem muita paz e alegria ao mesmo tempo.
Consegui
até organizar um pequeno galinheiro na bancada da cozinha e a cada viagem, mais
uma galinha vem para enriquecer a turminha que ficou internacional.
Na
sacada estão vasos de vários tamanhos. Adoro o verde das folhagens enfeitando
os espaços e mesmo agora no inverno há flores e muitos botões abrindo. É
sinônimo de vida!
Quem
de nós não gosta de um aconchego? É bom demais tê-lo no olhar, no tocar e
principalmente no SENTIR.
É
o que realmente representa a palavra lar, onde o coração bate mais forte!
Santos,
06 de julho de 2021.
Para Eunice Nedog Leme,
pela sugestão do tema e pela bela atitude de partir em busca do aconchego
familiar. Isso sim faz a vida valer a pena!
Música: De volta pro meu aconchego
Autores: Dominguinhos e Nando Cordel.
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