domingo, 4 de janeiro de 2015

LAMENTÁVEL













                                     Indignada!
Assim me senti ao assistir as reportagens apresentadas na TV pelo Jornal Tribuna, segunda edição, nos dias 2 e 3 de janeiro deste ano recém-iniciado.
Ambas reportagens noticiaram o problema crônico e cada vez mais acentuado, referente à falta de vagas para estacionamento na cidade de Santos. Vide links ao final do texto.
Este fato já é vivenciado todos o dias pelos moradores e se estende da orla ao centro, independente da época do ano.
Óbvio que nos feriados prolongados e na alta temporada, este problema se agrava muito.
Entendo perfeitamente que a cidade que não consegue atender  bem seus moradores, tende a entrar em colapso ao receber grande quantidade de turistas.
Mas aí fica a pergunta: O que a municipalidade tem feito para resolver, ou ao menos minimizar este problema nesta mais de uma década que acompanho de perto?
As reportagens mostraram carros estacionados em vagas de idosos, pontos de ônibus e outros locais proibidos, chamando tais motoristas de abusados. 
Sou absolutamente contrária ao desrespeito às leis e portanto também discordo de carros estacionados em locais proibidos.  Entretanto, está evidente e absurdamente claro que a despeito de haver mesmo sempre aqueles que não se importam com as normas e leis, a imensa maioria dos turistas que aqui veio para comemorar a passagem de ano, rodou horas até conseguir uma vaga em local legal. Soube de casos que chegaram a mais de cinco horas circulando em busca de lugar para estacionar.
Considerando o cansaço da viagem, o calor extremo que fez neste dias e a irritação provocada pela falta de estrutura na cidade, muitos motoristas acabaram optando por estacionarem em locais proibidos por absoluta falta de opção nas vias públicas.
O problema concentrou-se mais ainda nas ruas próximas à orla já que os turistas vêm para a cidade buscando principalmente curtir a praia e portanto se hospedam em suas proximidades.
A reportagem também citou os casos de motoristas que qualificou de sensatos por procurarem os estacionamentos particulares.  Concordo plenamente que numa situação de demanda excessiva, procure-se tais estacionamentos que existem justamente para isso, além da segurança que oferecem.
Aconteceu porém, que o bom senso que a reportagem citou, faltou à própria reportagem e aos proprietários de tais estacionamentos, já que aproveitando-se da demanda, colocaram os preços nas alturas havendo inclusive cobranças de 100,00 por pernoite, ou como vim a saber posteriormente, até 100,00 por período. 
Da maneira como foi colocada esta questão do valor na reportagem do dia 2/1 por exemplo, a ideia que me passou é que a imprensa concordou com este abuso declarado e descarado, para não citar outra expressão pior. Em outras palavras seria como se dissesse: concorde com isso ou vá embora.
Confesso que cheguei a sentir vergonha alheia ao me colocar na posição de visitante da cidade enquanto assistia às duas reportagens.
A interpretação que fiz das falas das repórteres foi justamente que turistas vieram para atrapalhar a cidade e para tumultuar o trânsito.
Pareceu-me um tanto egocêntrico o texto das reportagens.
Como moradora sou consciente que nestes períodos de férias e de temporadas, realmente a vida do santista fica mais difícil por conta inclusive de filas em supermercados, bancos, etc.
Entretanto não podemos nos esquecer que moramos numa cidade onde o turismo é um importante gerador de receita e renda.
Cabe portanto à cidade oferecer condições viáveis no tocante à recepção aos visitantes.
Nesta mais de uma década que aqui resido, passamos por três administrações municipais e só tenho  testemunhado este problema de estacionamento agravar-se ano após ano.
Cita-se o VLT como fator que irá reduzir o número de carros circulando na cidade. Não creio que ele terá grande influência na solução deste problema enfrentado pelos turistas que para cá se dirigem com seus veículos.
Claro que a cidade cresceu, que a população aumentou e que o número de carros circulantes também, mas parece que a despeito disto tudo, a mobilidade urbana santista está estacionada no tempo e no espaço, ou melhor, na falta de espaço.

Santos, 4 de janeiro de 2015

Links para as reportagens:
Dia 02/01/2015
Dia 03/01/2015

2 comentários:

  1. Pois é Marcos, um problema que se arrasta há anos.
    Por um lado, município não oferece estrutura suficiente para a demanda, e por outro lado, os aproveitadores de ocasião.
    Lamentável mesmo.
    Obrigada pela visita ao blog e aproveitando, um feliz 2015 para você e família.

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