domingo, 9 de novembro de 2014

OS PENETRAS



Há aproximadamente um ano não nos vemos ao vivo e a cores.
Na verdade não nos vemos nem virtualmente, já que entre ela e a tecnologia que a informática oferece, há uma incompatibilidade atroz.  Quando há necessidade de enviar informações a alguém, costuma perguntar se pode mandar por malote, recordando o tempo em que esse meio era usado com frequência.
A despeito deste distanciamento físico, sorrio sempre que me lembro dela.
Trabalhamos na mesma sala por um certo período e nesse tempo pude conviver com uma profissional responsável, competente e com um grande senso de humor.
Dona de uma fina ironia, provocava boas risadas com suas observações feitas na sala de trabalho que ficava justamente ao lado da sala do chefe, famoso por sua seriedade.  Suas frases espirituosas e hilárias conseguiam despertar sorrisos até na face do circunspecto chefe.
Recentemente li uma divulgação sobre a abertura de novo restaurante na cidade.  Tal fato levou minhas lembranças diretamente a ela, provocando risada mesmo após transcorridos tantos anos.
No período em que trabalhamos juntas, houve a inauguração de um belo restaurante na região central da cidade.
Ao ficar sabendo de tal evento, achou uma boa ideia almoçar com a família neste local, já que era um belo sábado de sol.  Todos concordaram com sua até então, brilhante sugestão.
Logo na entrada do restaurante notaram um grande movimento e o atribuíram à curiosidade natural.  Consideraram que todos queriam conhecer e experimentar os serviços do novo local.  
À medida que caminhavam pelo corredor central, observaram que a maior parte das mesas já estava ocupada por pessoas muito bem arrumadas e elegantes, mas que nunca haviam visto. Todas os olhavam com certo ar de surpresa e principalmente curiosidade, já que a família estava em trajes bem esportivos e descontraídos, adequados para uma tarde quente de sábado no clube.
Quando já estavam no meio do corredor à procura de uma mesa vazia, avistaram um conhecido.  Cumprimentos trocados e eis que o amigo diz que desconhecia que haviam sido convidados também.
- Convidados para quê?  ela perguntou já com medo de ouvir a resposta.
O temor tinha razão de ser.
Era um casamento cujos noivos que eles não conheciam, haviam reservado o restaurante todo para receberem os convidados para a festa, diga-se de passagem, uma elegantíssima festa.
Descobriu tarde demais que não havia lido a notícia sobre a abertura do restaurante com atenção e se confundira com os dias.
A inauguração do local para o público em geral, seria no dia seguinte, no domingo.
À família não restou outra opção a não ser virar literalmente nos calcanhares e se retirar sem nem olhar para os lados, mas sentindo todos os olhares em sua direção.
Já na rua ela tentou se justificar mas foi em vão, afinal havia acabado de fazer a família  pagar um grande mico transformando-a em penetra de festa alheia, com direito à entrada triunfal e saída mais triunfal ainda.
Longe de constrangê-la, este fato foi contado e até teatralizado por ela, causando muitas gargalhadas, inclusive do severo chefe.
Com muita propriedade, Caio Fernando Abreu já disse:
“Você percebe que as pessoas são inteligentes quando elas conseguem rir de si mesmas. Gente ignorante só consegue rir dos outros.”
Saudades de você Rosmari!

Santos, 9 de novembro de 2014

Uma homenagem à Rosmari e seu excelente senso de humor.
Qualquer dia conto a história de como saindo na estrada para ir a Ipeúna, você chegou triunfalmente em.........Ajapi...rsss.

4 comentários:

  1. Muito bom!! Parece que estou vendo ela explicar este ocorrido...grande Rosmari

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  2. Realmente rimos muiiiiiito vendo-a representar a entrada da família toda sob os olhares dos convidados. Até o sr. delegado riu muito...rsss Obrigada pelo comentário e por sua visita ao blog, Um abração pra vc e curta Miami.

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  3. Por incrível que pareça nao mudou nada , graças a Deus ela e uma das minhas melhores amigas viajamos e passeamos juntas e o maus importante com a familia , acho que tbem vou te contar algumas peripécias da Rosmari para seu proximo livro sem contar que de quebra tenho a Marildinha, a Vilde , a Edna Valdanha vc precisa fazer uma viagem com a gente somos bem simples ficamos no Brasil mesmo, mas o fato de estarmos juntas vale milhões de dolares beijs amiga

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  4. Ela deve ser mesmo uma companhia excelente para viagens. Acompanho de longe estes passeios que vocês fazem e um dia pretendo ir junto sim. Ahhh,,..vou querer saber sobre as peripécias deste grupo.Fiquei curiosa...rs. Obrigada pela visita ao blog e pelo comentário. Abração Arlete.

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