Ouvindo a música Carta ao Tom onde Vinícius de Moraes evoca com nostalgia tempos felizes que vivera no Rio de Janeiro, dei-me conta de como o elemento tempo está continuamente nos acompanhando e quase sempre carregado de saudade e melancolia.
O tempo é contraditório. Ele pode ser um fator que estimula ou desalenta, que alegra ou entristece, que consola ou aflige, mas quer queiramos ou não mexe conosco constantemente.
No início da vida queremos rapidez e desejamos que ele passe depressa, mas já na fase adulta nos sentimos atropelados e queremos freá-lo.
Seja qual for o efeito dele sobre nós em diferentes momentos, é interessante observar que à medida que avançamos nos anos de vida, olhamos cada vez mais para trás buscando aqueles tempos que nos abrem os baús das memórias afetivas trazendo as melhores e doces lembranças.
Para mim e creio que para muitos a música é justamente uma das chaves que abre de imediato este baú tão rico e valioso por preservar nossa história de vida.
O tempo não pára como já cantou Cazuza e tantos outros antes dele.
É significativo o número de letras musicadas com este tema central.
Adoniran Barbosa com seu jeito irreverente já cantou Envelhecer é uma Arte, assim como Fábio Jr canta Meus Vinte e Poucos Anos, Arnaldo Antunes com Envelhecer e Não Vou me Adaptar, Aldir Blanc com Resposta ao Tempo maravilhosamente gravada por Nana Caymmi, Oração ao Tempo de Caetano Veloso, e tantas outras.
Não há como negar que são letras muito inspiradas que cantam e nos encantam nas vozes dos artistas.
As letras nos falam de momentos passados que o próprio tempo não consegue apagar.
Em face da situação atual na qual caminha a humanidade encerro aqui com a prece de Vinícius em sua Carta ao Tom:
"É preciso acabar com essa tristeza,
É preciso inventar de novo o amor".
Santos, 08 de fevereiro de 2025.
Belo texto, que nos faz pensar sobre o passado e o presente .
ResponderExcluirO mais difícil é refletir sobre futuro, em certas fases da vida...
Tempo , tempo , tempo , tempo...
ResponderExcluirLembro sempre de Mario Lago dizendo: "Fiz um acordo com o tempo: ele não me persegue e nem eu fujo dele".
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