Admiro pessoas com facilidade
para darem respostas rápidas, inteligentes e muitas vezes irônicas.
Já circula há tempos na
internet uma série de perguntas um tanto óbvias, para não dizer idiotas, que
são seguidas de respostas divertidas e até sarcásticas, seguindo o critério da
chamada tolerância zero.
Exemplos dessa intolerância
há em quantidade em nosso cotidiano.
Quem já não ouviu ou mesmo até fez as
perguntas abaixo?
Numa
fila:
- Aqui é o fim da fila?
- Não, não, é o começo, só que
estamos todos de costas.
Após uma
queda:
-Caiu?
-Não, gosto de cheirar cimento.
Deitado:
-Você está dormindo?
-Não. To treinando para morrer.
Num filme de terror, quando a pessoa grita:
-Tem alguém aí? Como se o assassino fosse responder:
-To aqui na cozinha; quer pão com ovo?
Conheço várias pessoas que
usam de fina ironia em suas respostas inteligentes. Algumas até extrapolam e chegam ao sarcasmo.
Minha mãe tinha esta peculiaridade
e com seu pouco senso de humor, ficava muito irritada diante de situações
absurdas, de pura burrice como se diz popularmente. Soltava nestas ocasiões suas
frases que de tão irônicas, tão cáusticas, acabavam provocando risos.
Quando ela se deparava com
atitudes sabidamente erradas, soltava o velho bordão:
- Não brota????? Não brota???? Ou seja:
não pensa, não raciocina, não tem cérebro?
Nos dias de inverno era
comum ouvir dela uma resposta carregada de crítica, mas que eu gostava de
provocar.
Ao chegar em casa ao final
de um dia de trabalho, a encontrava vestindo roupas próprias para o verão,
enquanto eu toda agasalhada, ainda sentia frio.
Ela sabia que eu ficava muito tempo trabalhando sentada diante de um computador,
enquanto ela em casa “ralava” nos serviços domésticos o dia todo. Diante de minha pergunta sobre sua ausência
de frio, ela sarcasticamente me respondia:
- Quem trabalha de verdade
não sente frio!
A famosa Tela Quente exibida pela Rede Globo
transformava-se em Cama Quente toda
vez que o neto lhe pedia para ficar até mais tarde vendo o filme na TV. A tal
Cama Quente é lembrada até hoje por ele.
Creio que ela foi criadora
da expressão Bita Véio, usada sempre diante de alguma situação ameaçadora. Este hábito ficou registrado na família e continua
a ser usado pela mais nova geração.
Trabalhei alguns anos com
uma professora expert nestas frases
divertidas. Nunca esqueço o nome da escola em que ela trabalhou na cidade de
Piracicaba. Era a EE. Vista Alegre.
O motivo desta minha memória
a despeito das décadas que já se passaram se deve ao fato de que, quando ela se
referiu a esta escola pela primeira vez, disse-me que trabalhava na escola do Zóio Contente. Uma brincadeira simples, mas que dita por
ela, provocou muita risada.
Mais recentemente a
irritação com as expressões usadas a todo instante no facebook desencadeou uma
resposta sui generis durante um
jantar. A conversa girava em torno de
que hoje quase ninguém mais gosta,
mas sim, curte; ninguém mais coloca, mas sim, posta, e aí por diante.
Enquanto mãe e filha
conversavam durante o jantar sobre o que amigas haviam postado em suas páginas, o pai que é um tanto avesso às tais redes
sociais, levantou-se abruptamente e saiu da mesa.
Ambas assustadas com a atitude
aparentemente irritada dele, o questionaram sobre o motivo.
A resposta veio rápida e
sarcástica:
- Também quero postar alguma
coisa. Vou ao banheiro POSTAR uma merda!
PANO
RÁPIDO!
Kkkkk muito boa Liginha, voce se supera a cada conto. Parabens minha amiga. Beijinhos
ResponderExcluir