sábado, 4 de janeiro de 2025

ZICA, URUCUBACA OU PURA DESATENÇÃO!




       Creio que todos nós já tivemos dias nos quais acontecem tantas coisas erradas que chegamos a desejar nem termos saido da cama pela manhã.

        O ano que se findou recentemente logo em seus primeiros dias já demonstrou que adversidades viriam ao longo dele. 

        Bem no início de janeiro o carro em que ela  estava descendo a Serra do Mar simplesmente "apagou" dando tempo somente para que sua motorista o conduzisse ao acostamento, aproveitando o embalo do veículo no declínio da estrada. 

        Contatos feitos com a seguradora deixavam claro que haveria dificuldade em se encontrar guinchos disponíveis.

      Dito e feito: ela e a motorista ficaram 6 horas presas dentro do veículo aguardando o guincho e o táxi que as levaria em segurança para a casa.

        Era um prenúncio de uma série de ziquiziras que, graças a Deus sem grandes consequências, ocorreriam ao longo de 2024.

       Na verdade apesar de algumas desventuras, este ano que terminou trouxe também momentos muito bons como o recebimento de visitas importantes vindas de além mar e de Rio Claro também, assim como novas amizades chegaram.

        E não é que até nos últimos dias já no mês de dezembro a zica, ou mesmo a pura desatenção, se manifestou novamente e em grande estilo?

        Hóspede em casa de familiar e na ausência dele (ainda bem) ela preparou-se psicologicamente para obter uma xícara de café na máquina elétrica. Convém esclarecer que ela é do tempo ainda da Mellita e do café coado.

        Postou-se diante do aparelho e lembrando as orientações recebidas sobre como usá-lo, providenciou uma caneca não muito pequena.  

        Como pretendia tomar café com leite teve a "brilhante" ideia de já colocar o tal leite nesta caneca, assim o café sairia e cairia direto sobre ele.

        No momento em que apoiou a vasilha na máquina e colocou a cápsula de café no devido espaço, observou que havia pouca água no reservatório do aparelho.

        Retirou então a caneca com leite do local, a colocou no alto do micro-ondas que se encontrava logo à esquerda e providenciou a água necessária.

        Na sequência e já se considerando uma expert no manuseio do material, ligou triunfante a cafeteira elétrica.

        Nos primeiros bruuuummm que a máquina fez, viu assustada que não havia recolocado a caneca no local para receber o café que estava prestes a cair.

        Pegou rapidamente a vasilha que estava sobre o micro-ondas.  

        Na pressa ela esqueceu que havia leite dentro da caneca que ao ser tombada derramou a totalidade do líquido sobre sua cabeça fazendo-o escorrer desde seus cabelos, passando pelo corpo e chegando aos seus pés, provocando uma sujeira considerável.

        É importante esclarecer que não desperdiçou o café pois ele caiu direitinho sobre a caneca vazia.

            Os primeiros pensamentos já às gargalhadas foram: 

            - Será que tem câmera escondida aqui?  

            - Será que leite faz bem aos olhos? Havia gotas de leite até nos cílios.

           O difícil foi fazer a limpeza do balcão, da cafeteira e do chão principalmente.

       Após tudo limpo (ao menos ela pensava assim), roupa lavada e banho tomado, finalmente pôde apreciar o café que a estas alturas já estava frio. O jeito foi esquentá-lo novamente e claro, acrescentar leite.

            Na chegada do proprietário ficou como se diz pianinho sobre o acontecido.

      Para sua surpresa entretanto, ele sentiu algo estranho no ambiente e perguntou se havia acontecido alguma explosão na cozinha. 

           Muito perspicaz observou na geladeira na parte de baixo da porta, manchas com cheiro de leite estragado.

        Ela não havia observado que o líquido tinha espirrado até na geladeira que estava em suas costas.  O jeito foi contar o sucedido.

        Ainda bem que não precisou ficar sentada no banquinho de castigo pensando na "trapaiada" que fizera.

        Para arrematar a fase de zica de 2024, após almoçar em um restaurante notou que sua comanda simplesmente havia sumido sem deixar rastros.

        Não teve outra alternativa a não ser apresentar no caixa duas opções: pagar quanto lhe fosse pedido, ou então, ir para a cozinha lavar os pratos.

        Felizmente o rapaz do caixa foi gentil e deve ter considerado a situação de freguesa prioritária devido à idade, cobrando um valor bem sensato.

            Agora neste novo ano espera que a urucubaca desapareça.


Santos, 4 de janeiro de 2025.


Obs: Ao Luís Fernando com os agradecimentos pela hospedagem e claro, com as minhas devidas desculpas pelas "trapaiadas".